sábado, 27 de novembro de 2010

Surrealismo


Rosto de mãe Est que pode ser utilizado
como apartamento surrealista- Salvador Dali

Esse movimento artístico e literário surgiu em Paris na década de 1920, mais ou mesmo ao mesmo tempo em que apareciam outros movimentos modernistas, como o cubismo. Buscava a exteriorização, lingüística ou plástica da espontaneidade e depurações de ordem racional ou moral. Opondo-se ao impulso anárquico de destruição proposto pelos dadaístas, o surrealismo pretendeu definir uma prática artística alternativa à tradicional.
Em 1924, André Breton ao publicar seu primeiro manifesta do surrealismo, propôs aos artistas e escritores para que expressassem o pensamento de maneira livre, espontânea e irracional, externando os impulsos da vida interior, sem exercer sobre ele qualquer controle, inclusive de ordem estética ou moral.

Segundo André Breton, "Surrealismo é o automatismo psíquico puro pelo qual se propõe expressar, verbalmente, por escrito, ou de qualquer outra maneira, o funcionamento real do pensamento. O pensamento é ditado com ausência de qualquer outro exercício da razão, a margem de toda preocupação com estética ou moral. Em outras palavras: existe outra realidade, tão real e lógica como a exterior, que é a dos sonhos, da fantasia, dos jogos espontâneos do inconsciente que se desenvolve a margem de toda a função filosófica, estética ou moral.

Assim, o movimento pretendeu superar a realidade fragmentária e falsa apresentada pela nossa lógica, nossa moral e nossa estética rígida, para chegar a uma realidade superior. Propõe-se assim a afastar o que é convencional e fazer surgir à parte do homem que menos se expressa: o subconsciente.

Era um  movimento que combinava o representativo com o abstrato, o irreal e o inconsciente. Entre muitas de suas metodologias estão a colagem e a escrita automática. Segundo os surrealistas, a arte deve se libertar das exigências da lógica e da razão e ir além da consciência cotidiana, buscando expressar o mundo do inconsciente e dos sonhos. No manifesto e nos textos escritos posteriores, os surrealistas rejeitam a chamada ditadura da razão e valores burgueses como pátria, família, religião, trabalho e honra. Humor, sonho e a contra lógica são recursos a serem utilizados para libertar o homem da existência utilitária. Segundo esta nova ordem, as idéias de bom gosto e decoro devem ser subvertidas.

A escrita automática procura buscar o impulso criativo artístico através do acaso e do fluxo de consciência despejado sobre a obra. Procura-se escrever no momento, sem planejamento, de preferência como uma atividade coletiva que vai se completando. Uma pessoa escreve algo num papel e outro completa, mas não de maneira lógica, passando a outro que dá seqüência. O filme Um Cão Andaluz de Buñuel é formado por partes de um sonho de Dali e outra parte do próprio diretor, sem necessariamente objetivar-se uma lógica consciente e de entendimento, mas uma discurso inconsciente que procure dialogar com outras leituras da realidade.

 

Principais artistas do Surrealismo


 

Persistência da Memória- Salvador Dali

Salvador Dali - É o mais conhecido dos artistas surrealistas. Estudou em Barcelona e depois em Madri, na Academia de San Fernando. Em 1924 o pintor foi expulso da Academia e começou a se interessar pela psicanálise de Freud, de grande importância ao longo de toda a sua obra. Sua primeira viagem a Paris em 1927 foi fundamental para sua carreira. Ele criou o conceito de “paranóia critica“ para referir-se à atitude de quem recusa a lógica que rege a vida comum das pessoas. Segundo ele, é preciso “contribuir para o total descrédito da realidade. Desde 1970 até sua morte dedicou-se  à construção de seu museu.




Interior holandês -  Joan Miró
 
Joan Miró - Iniciou sua formação como pintor na escola de La Lonja, em Barcelona. Em 1912 entrou para a escola de arte de Francisco Gali, onde conheceu a obra dos impressionistas e fauvistas franceses. Em 1920 Miró instalou-se em Paris, onde se formara um grupo de amigos pintores, entre os quais estavam Masson, Leiris, Artaud e Lial. Dois anos depois adquiriu forma La masía, obra fundamental em seu desenvolvimento estilístico posterior e na qual Miró demonstrou uma grande precisão gráfica. A partir daí sua pintura mudou radicalmente. Breton falava dela como o máximo do surrealismo e se permitiu destacar o artista como um dos grandes gênios solitários do século XX e da história da arte. A famosa magia de Miró se manifesta nessas telas de traços nítidos e formas sinceras na aparência, mas difíceis de serem elucidadas, embora se apresentem de forma amistosa ao observador. Miró também se dedicou à cerâmica e à escultura, nas quais extravasou suas inquietações pictóricas.



 




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